Sentido absoluto
“Niilismo, ou a seja, a ideia de que a vida não tem um sentido absoluto, implica que não há plano ou projeto para a vida, de que não há uma razão profunda para tudo que fazemos e de que não há um “porteiro celeste” avaliando o estado de nossas almas, para examinar se estamos atendendo as expectativas morais ou falhando miseravelmente. Esta visão foi historicamente elaborada para parecer como algo muito ruim. Mas acreditar nisso não é motivo para pessimismo, como vimos há pouco, e isto não deve ameaçar nossas diversas “fontes de sentido”, como família, trabalho, animais de estimação e projetos de vida dos quais gostamos. Mas, talvez este raciocínio ainda seja insuficiente para amenizar todos os medos sobre a falta de sentido. Afinal, é difícil se livrar deste desagradável sentimento de que você está perdendo algo, especialmente quando existe uma longa tradição histórica justificando este impulso. Talvez seja porque muitos de nós somos atraídos por um substituto de Deus, seja a natureza, a ciência, formas malucas de etnonacionalismo, líderes autoritários e coisas parecidas: é confortante ter algo grande e inspirador no que acreditar e conviver com outras pessoas com as mesmas ideias. Quanto mais fortes, melhor.” (Tartaglia & Llanera, pág. 39)
James Tartaglia e Tracy Llanera, Uma defesa do niilismo (A defense of nihilism, trecho traduzido por Ricardo E. Rose)