Apenas uma ilusão
“O livre arbítrio, para muitos neurocientistas, é apenas um sentimento, uma sensação montada pelo cérebro. Junto com outras pesquisas, o trabalho de Libet parecia implicar que o conceito do eu – o eu unificado, a ideia de um verdadeiro ‘eu’ que faz a escolha e tem livre arbítrio – é apenas uma ilusão. O sentimento de intenção que temos antes de decidir agir, pode ser nada mais do que um efeito da atividade neural, não uma causa. A atividade cerebral inconsciente precede a decisão consciente. O autor não pode pensar em nenhuma outra área do debate intelectual atual onde algo poderia ser postulado com zero evidências externas. Além disso, o neurocientista Sam Harris observa que ‘mais do que em qualquer outra área da filosofia acadêmica’ a vasta literatura de livre arbítrio ‘se assemelha à teologia’, com partes dela, ele diz, ‘deliberadamente obtuso’.”
James B. Miles, A ilusão do livre-arbítrio: como resolvemos a ilusão da moralidade (The Free Will Delusion: How We Settled for the Illusion of Morality)